13 Maio, 2019

13 DE MAIO - UMA REFLEXÃO SOBRE A DESIGUALDADE RACIAL NO BRASIL

Dia treze de maio ficou marcado pela assinatura da Lei Aurea que extinguiu a escravidão no Brasil, pela Princesa Isabel, herdeira do trono.  131 anos depois, o movimento negro continua lutando por igualdade racial, principalmente no que diz respeito ao mercado de trabalho. A assinatura da lei ficou apenas no papel, pois não foi acompanhada de políticas sociais de inclusão para integrar os ex-escravos a sociedade brasileira. 

A partir daí, o que se viu foi uma quantidade enorme de trabalhadores negros ficaram marginalizados, abandonados a própria sorte e sendo substituídos por trabalhadores europeus assalariados e livres. E até hoje os negros continuam buscando combater as mazelas que lhes foram impostas como a miséria, a discriminação, falta de oportunidades de estudo e de trabalho. Atualmente, 68% da população analfabeta é negra e representam também 70% das pessoas que vivem em extrema pobreza. A cada 12 minutos uma pessoa negra é assassinada no Brasil. 

Em 2017, segundo o IBGE, dos 13 milhões de desocupados, 8,3 milhões eram pretos ou pardos. O rendimento deles, ainda segundo o instituto, é 45% menor que um trabalhador branco. Apenas 4% dos cargos de chefia são ocupados por negros, revelou uma pesquisa do Instituto Ethos. Consequência dos mais de 300 anos de escravidão que ligaram a figura do negro a aspectos de caráter negativo como ignorância, malandragem, ócio e criminalidade, isso porque após a abolição, os escravos foram despejados em centros urbanos, e se viram obrigados a construir moradias precárias, viver em condições subumanas e sendo hostilizados pela cor da pele, pela falta de preparo para o mercado de trabalho e, principalmente, pela visão preconceituosa da classe dominante que se arrasta até hoje na figura de filhos e netos de senhores de escravos.   

O Brasil foi um dos últimos países do mundo a por fim a escravidão e ainda hoje precisam ser liberados de condições de escravidão. Só em 2018, dos 1.113 trabalhadores resgatados pela fiscalização da Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo (Detrae), 957 eram negros ou pardos, 86%. 

Por isso, a data de hoje foi considerada o dia de combate a discriminação racial, o racismo está sentado ao nosso lado todos os dias. Seja no ônibus, na mesa ao lado no restaurante, no ambiente de trabalho, na televisão, no trânsito, nas favelas e nos grandes centros. É preciso denunciar e de combater. Os sindicatos como representantes dos operários assumem essa luta ao lado da população negra, brigam por igualdade no mercado de trabalho, seja nos cargos de chefia, nos salários equiparados, nas vagas abertas a pessoas negras ou no combate à discriminação de raça nos processos seletivos.  

 

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