PALAVRA DO PRESIDENTE

O movimento sindical brasileiro é constituído por categorias. A nossa categoria vai completar 25 anos este ano. O Sintracoop foi o primeiro sindicato de trabalhadores em cooperativas no Brasil. Este sindicato que foi as vias de fato até o Supremo Tribunal Federal onde foi sentenciado e declarado pela justiça que os trabalhadores em cooperativas formam uma categoria trabalhista e também econômica. A categoria cooperativista foi reafirmada em 2002 e transitado em julgado soberanamente em 2004. De lá pra cá, organizou-se também a categoria patronal, com sindicatos em 25 estados, com exceção do Acre e no Distrito Federal. Nós, trabalhadores, estamos organizados em 21 estados. Temos a federação nacional e está para sair a primeira federação estadual de trabalhadores em cooperativas no Paraná, a Fetracoop. Nosso objetivo é chegar a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Cooperativas. Para isso é preciso sair o registro da Fetracoop e temos que ter uma outra federação, formando assim 3 federações para podermos chegar a confederação.


Estamos legalizados no ponto de vista judicial, mas ainda existem muitos debates e muita incerteza jurídica na área do trabalho Brasil afora. Mas estamos bem organizados tanto na esfera laboral quanto patronal. Durante todos esses anos temos tido uma relação de parceria com o sindicato patronal, tivemos, claro, algumas dificuldades naturais nas mesas de negociação, mas nada que perturbasse a nossa relação. Nós temos um bom diálogo com o sindicato patronal e com toda sua esfera. Em segundo e terceiro grau. Porém, o patronal procura fazer um balizamento pelo menor salário, pela menor cooperativa. Nós, como sindicato, queremos pelo maior salário, pela maior cooperativa. Então, neste aspecto, nós ainda estamos com um pouco de dificuldade. Mas estamos construindo uma relação forte, mantendo discussões entre as entidade maiores: a Fenatracoop e o Cncoop e vamos chegar em um entendimento, tenho certeza. Vamos buscar, um dia, balizar qual é o menor piso que deve ser pago no Brasil inteiro, as regras que devem ser seguidas pelas cooperativas, definidas pelas duas câmaras maiores que seriam a Fenatracoop e o Cncoop.


Podemos destacar neste período que a conquista do Sescoop foi muito importante, pois você tem o serviço de aprendizagem do comércio, da indústria, do transporte, da agricultura, era preciso que o cooperativismo tivesse seu próprio sistema de aprendizagem. Era preciso que se firmasse como se firmou. Isso gerou uma grande cobiça por parte de outras categorias. Ao ver nosso crescimento, começaram a nos tacar pedras de todos os lados, querendo extinguir nossa classe. Mas, vejam bem, uma categoria que tem até um sistema S, dizer que ela pode ser abortada a qualquer momento por uma portaria ministerial é muito leviandade dos nosso inimigos, que são os que nos representavam anteriormente e que sonham em buscar essa categoria de volta. Da mesma forma que a indústria e o comercio também sonhavam em trazer os cooperativistas pra eles. Se já temos um próprio sistema S, temos uma confederação patronal, temos uma federação nacional e temos diversas sentenças judiciais afirmando que nós somos categoria legítima, então não há risco de portaria ministerial querendo cancelar registro sindical. Por isso, meus amigos, fiquem tranquilos, pois se existe uma categoria forte é a categoria dos trabalhadores em cooperativas. Chegamos até aqui não à toa, mas com muito trabalho. E vamos ainda mais longe, podem apostar!


MAURI VIANA PEREIRA - PRESIDENTE DA FENATRACOOP