07 Maio, 2019

A DANOSA REFORMA TRABALHISTA IMPACTA TRABALHADORES E PREVIDÊNCIA

Reformas são uma combinação explosiva que prejudica trabalhadores

 

Colocada como essencial pelo Governo Temer para a geração de empregos, a reforma trabalhista não cumpriu o prometido (6 milhões de novas vagas) e pior, além de precarizar as relações de trabalho, ainda teve impacto direto na previdência. Foi a mais profunda reforma desde a criação da CLT em 1943, alterando mais de 100 pontos da legislação. A taxa de desemprego é crescente, fechou o primeiro trimestre de 2019 em 13,4 milhões de pessoas em busca de uma vaga e já atinge 12,7%, segundo pesquisa do IBGE divulgada na última terça-feira (30/04), nenhum setor conseguiu contratar neste período. 

Outro dado preocupante é que a renda média dos brasileiros está estagnada desde 2017, em torno de R$ 2.291,00. De acordo com o presidente da Fenatracoop, Mauri Viana, isso é reflexo da tentativa de esvaziar a mobilização sindical e culpar os sindicatos pela redução dos postos de trabalho. “A farsa montada em cima da legislação trabalhista como entrave para a contratação já caiu por terra, quando o Brasil fechou 2014 com a menor taxa de desemprego desde 2002 (4,8%), estávamos com toda a legislação vigente, agora com a reforma só vemos o desemprego crescer e as condições de trabalho ainda mais precárias. Isso mostra que quanto o patrão tira direitos do trabalhador, ele também perde. Porque o consumo deixa de existir, sem consumo não tem produção, não tem serviço, não tem motivo para produzir e aí os lucros também caem, só não vê quem não quer. Já está mais que provado que trabalhador valorizado é que movimenta a economia e gera novos postos de trabalho”, explicou o presidente.

O impacto da reforma trabalhista e a retração no campo do emprego já tem reflexo na previdência. São 65 milhões de pessoas fora da força de trabalho e deixando de contribuir para a previdência, além disso, muitos trabalhadores foram demitidos e recontratados como autônomos ou terceirizados com salários mais baixos, o que diminui o valor da contribuição. Com a reforma, foram eliminados da natureza salarial diversas parcelas da remuneração dos trabalhadores, diminuindo a base de calculo do valor das férias, 13° salário, FGTS, reduzindo a arrecadação da Previdência Social.  “Ou seja, a reforma trabalhista não só não contribuiu para aumentar emprego como também diminuiu a arrecadação da previdência e aí quando você aumenta o tempo de contribuição e não leva em conta a rotatividade nas empresas que é alta, que quem for autônomo ou trabalhador rural que não vai querer ou conseguir pagar, não vai pagar, os mais ricos migrando para a previdência privada e com menos pessoas não conseguindo contribuir, a conta nunca vai fechar. Reforma Trabalhista e Reforma da Previdência é uma combinação explosiva”, alertou o presidente do Sintracoop – AL, Raphael Miguel. 

Agora o novo Governo aposta todas as suas fichas na reforma da previdência para retomada do crescimento do país, atraindo novos investimento e gerando empregos. Assim como utilizavam a reforma trabalhista como a salvação da lavoura, estão fazendo o mesmo com a previdência. Segundo presidente do Sintracoop – DF, Waldir Ferreir, mais uma forma de ludibriar o trabalhador para favorecer o capital. “Como você convence um trabalhador que perder direitos e renda vai ajudar o país a crescer?  Que precisa trabalhar até a morte sem conseguir se aposentar ou se aposentar com menos daquilo que lhe é direito? Trabalhando com o medo, o de que o que está ruim vai ficar pior. O medo é forma mais usada para manipular as massas de acordo com o que conveniente para os líderes de uma sociedade. Fizeram isso com a reforma trabalhista e agora fazem isso com a da previdência com um único objetivo: enriquecer banqueiros e grandes empresários”, afirmou. 

Mauri Viana alertou ainda para o fato de a torneira do Governo estar aberta para mídia e para os deputados e para o povo fechada. “Estão gastando milhões em mídia para convencer o trabalhador a apoiar uma coisa que só vai prejudica-lo. Quero ver pegar esses milhões para propaganda e para os deputados em troca do voto, e revertesse para o que realmente interessa, aí não precisaríamos estar discutindo nada disso”, encerrou Mauri. 

Veja também